Por Claudemir Brito
As já famosas “72 horas” propagadas por perfis no Instagram — usadas para confundir políticos, acalmar aliados e iludir parte da população sobre uma possível volta do governador afastado Wanderlei Barbosa — agora ganharam um novo destino: são as 72 horas que faltam para o impeachment bater de vez à porta do governador afastado Wanderlei Barbosa.
O discurso antes ensaiado para criar expectativa virou motivo de piada nos bastidores. Enquanto os perfis pintavam um cenário de retorno triunfal, a realidade política caminhava na direção oposta. Com novas operações da Polícia Federal aprofundando suspeitas e revelando episódios cada vez mais constrangedores, o clima de desgaste se instalou de forma irreversível.
E no centro dessa pressão está o presidente da Assembleia Legislativa, Amélio Cayres, que agora tem nas mãos o poder — e a responsabilidade — de fazer o Tocantins não passar mais vergonha. Deputados, servidores e até ex-aliados de Wanderlei afirmam que já não há espaço para adiar o inevitável: o impeachment precisa ser pautado.
Nos corredores da Assembleia, o clima é pesado. A cada nova denúncia, cresce o número de parlamentares que se dizem cansados do desgaste causado pelo atual cenário. A cobrança sobre Amélio é intensa, e o presidente já enfrenta críticas por segurar uma pauta que, segundo muitos, “não tem mais como ser escondida debaixo do tapete”.
Fontes ouvidas relatam que o constrangimento é visível. A crise chegou a um ponto em que não enfrentar o problema se tornou mais danoso do que encará-lo. Para muitos, a continuidade do silêncio apenas amplia a sensação de caos institucional e mancha ainda mais a imagem do Estado.
O Tocantins vive um dos momentos mais delicados da sua história recente. E, agora, está claro que as famosas “72 horas” que tanto se repetiram nas redes não contavam a verdade — mas o relógio político, este sim, continua correndo. E cobrando.
A decisão está nas mãos de Amélio Cayres. E o Tocantins inteiro assiste.




