O coordenador do convênio que viabilizou o seminário, Hélio Sousa, salientou que a capacitação é uma peça-chave para o sucesso das associações e das cooperativas
– Foto: Ruraltins/Governo do Tocantins
O Governo do Tocantins, por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), realizou nesta quinta-feira, 21, em Araguaína, o 2º Seminário de Capacitação sobre Associativismo e Cooperativismo. O evento, que ocorreu na Escola de tempo integral Domingos da Cruz Machado, reuniu produtores rurais, lideranças comunitárias e representantes de associações e cooperativas das regiões de Colinas, Araguatins e Araguaína.
Com o objetivo de fortalecer as bases do associativismo e do cooperativismo como instrumentos do desenvolvimento rural, o seminário contou com palestras técnicas, troca de experiências e debates sobre os desafios e as oportunidades do setor.
Com o tema Associativismo e Cadeias Produtivas, o professor Cleiton Milagres palestrou sobre a importância de liderança, persistência, disciplina, motivação, harmonia, trabalho em equipe e outros aspectos que mostram a importância da organização. “É importante que as pessoas compreendam o sentido do objetivo comum nas organizações coletivas. Falar de associativismo com os produtores rurais é importante para alinhar conhecimentos, habilidades e atitudes”, ressaltou o palestrante.
Ao representar o presidente do Ruraltins, Flávio Terence, a diretora de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), Alécia Borges, abordou sobre o cenário em que o meio rural se encontra e a importância dos temas debatidos no seminário. “O Ruraltins entende a importância das organizações para o desenvolvimento da agricultura familiar e tem se comprometido em realizar ações que fortaleçam cada vez mais essas organizações. As associações e as cooperativas têm sido protagonistas no fortalecimento das economias locais, ao promoverem renda e qualidade de vida para os produtores. Este seminário é uma oportunidade para aprofundarmos o conhecimento e, juntos, criarmos estratégias para reforçar os sistemas cooperativistas e associativistas e, assim, desenvolvermos as comunidades locais, os municípios e o estado”, enfatizou a diretora.
A diretora destacou, ainda, o compromisso do Ruraltins em oferecer suporte técnico e capacitações continuadas. “A força do campo está na união. O Ruraltins está aqui para ser parceiro dos produtores, garantindo que tenham ferramentas e conhecimento para crescer de forma organizada”, pontuou.
Capacitação técnica
O coordenador do convênio que viabilizou o seminário, Hélio Sousa, salientou que a capacitação é uma peça-chave para o sucesso das associações e das cooperativas. “O associativismo não é apenas uma forma de organização, é um caminho para o empoderamento dos produtores rurais. Acredito que alcançamos o nosso objetivo, porque conseguimos trazer as experiências de cada uma das regionais e, com isso, o agricultor familiar teve essa oportunidade de fazer a troca de experiências e conhecer novas vivências em associativismo nessas três regiões. Nossa missão é ajudar cada um aqui a entender que juntos podemos acessar novos mercados, conquistar melhores condições e crescer de maneira sólida”, explicou o coordenador.
Experiências compartilhadas
Os produtores da região relataram suas experiências e expectativas. O presidente da associação comunitária de Angico e produtor do município, Luiz Umberto, expressou sua satisfação com o atendimento do Ruraltins por meio do convênio Oportunidade. “Desde 2016, a gente é atendido pelos programas em nossa região. A minha produção é de hortaliças, a gente produz milho e feijão. Quando comecei, trabalhava sozinho e tinha dificuldade para vender meus produtos. Depois que entrei na associação, a nossa união facilitou a venda para mercados maiores e conseguimos comprar insumos mais baratos. Esse tipo de capacitação é essencial para que possamos aprender e nos fortalecer ainda mais”, evidenciou.
Wilma Sousa Rodrigues, da Fazenda São Miguel (Mucunã), no município de Itacajá, é produtora de leite, queijo, requeijão, manteiga caseira, geleia e outros produtos. Na ocasião, ela falou sobre os desafios enfrentados pelos pequenos produtores e elogiou a iniciativa do seminário.
“Hoje, eu posso dizer que vesti a camisa da agricultura familiar e entendo que a fazenda não é apenas um local de descanso e de lazer, não. Eu vejo que ela é como uma empresa rural. A gente sabe que tem muitas oportunidades e produtos que podem ser explorados e vendidos para melhorar a nossa renda. Trabalhar no campo não é fácil, mas quando temos informações e apoio técnico, fica mais claro como podemos superar as dificuldades. Aprendi aqui que cooperar é pensar no coletivo e isso é o que garante o nosso futuro. Com as capacitações e o apoio do Ruraltins, estamos nos posicionando como empreendedoras e não mais como pequenos produtores”, declarou a produtora.
Palestras inspiradoras
O evento contou com palestras ministradas por especialistas na área de cooperativismo e associativismo. Um dos destaques foi a apresentação do gerente de negócios do Agro/Sicredi, Israel Alves, que abordou o tema Cooperativismo de Crédito.
“A gestão sustentável é o coração de qualquer cooperativa ou associação de sucesso. Os produtores têm o poder de transformar seus negócios, mas isso exige organização, planejamento e compromisso com o coletivo. É isso que estamos aqui para ensinar e incentivar”, destacou o palestrante.
Outra palestra marcante foi ministrada pela professora da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT), Renata Rauta Petarly. Com o tema Acesso dos Produtos da Agricultura Familiar ao Mercado, ela destacou a importância da união para enfrentar os desafios do mercado competitivo.
“É importante reforçarmos que esses agricultores já têm experiência em acessar os mercados, vendem os seus produtos há muitos anos, mas que é sempre importante pensarmos em ampliar um pouco mais as estratégias de comercialização. É fundamental não ficar preso em só uma estratégia, em só um mercado, ou produzir apenas um produto e não pensar na diversidade, tanto ampliar os horizontes para os mercados digitais, para os diferentes tipos de mercados físicos e diferentes tipos de políticas públicas, para que eles tenham garantias de um retorno financeiro mais adequado, garantia de sustentabilidade financeira ao longo dos anos”, explicou a professora Renata Rauta.
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