Uma nova operação da Polícia Federal, deflagrada nesta quarta-feira (12), voltou a colocar o governador afastado do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), no centro das investigações que apuram desvios de recursos públicos destinados à compra de cestas básicas durante a pandemia. A ofensiva ocorre no momento em que perfis nas redes sociais sugeriam uma possível “surpresa” relacionada ao retorno de Wanderlei ao Palácio Araguaia.
A Operação Nêmesis, autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), investiga a suposta tentativa de obstrução da Operação Fames-19, que apura um prejuízo estimado em R$ 73 milhões ao erário. Segundo a Polícia Federal, Wanderlei teria atuado para dificultar o avanço das diligências.
Cofre vazio, casa às pressas e celular resetado
Informações apuradas pela investigação revelam que, às vésperas de seu afastamento em 3 de setembro, o governador deixou sua residência de forma repentina. No local, agentes encontraram:
- luzes acesas;
- comida sobre a mesa;
- um cofre aberto e vazio;
- e um telefone celular resetado deixado sobre uma cômoda.
Os detalhes levantaram suspeitas de destruição de evidências, o que reforça o eixo principal da Operação Nêmesis: a tentativa de obstrução das investigações originais da Fames-19.
Impacto político imediato
A nova fase das investigações gerou forte repercussão nos bastidores. A operação atinge diretamente o núcleo de aliados do governador afastado e cria um ambiente ainda mais desfavorável ao seu retorno ao cargo.
Na Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto), deputados que defendem o andamento do processo de impeachment interpretaram a ação da PF como um elemento que fortalece a necessidade de investigação interna. O movimento pró-impeachment, que já reunia cerca de 12 parlamentares, ganhou novo fôlego com os desdobramentos desta quarta-feira.
Expectativas frustradas e cenário incerto
Enquanto apoiadores de Wanderlei Barbosa alimentavam nas redes sociais a expectativa de um possível anúncio para sua volta ao comando do Estado, a operação da PF ampliou o desgaste político e jurídico do governador afastado.
Com o avanço das investigações e novos elementos que reforçam o quadro de suspeitas, o futuro de Wanderlei se torna ainda mais incerto. Nos corredores da Aleto, cresce a avaliação de que o processo de impeachment pode deixar de ser apenas uma possibilidade e se tornar um caminho inevitável.




