Figueirópolis, município localizado no sul do Tocantins, tem chamado atenção pela forma inusitada de envolver vereadores da base aliada do prefeito José Fontoura nas ações do município. Recentemente, membros do Legislativo foram flagrados “trabalhando” diretamente na operação tapa-buracos, e até mesmo atuando como cinegrafistas, registrando o trabalho em campo. Embora a iniciativa tenha sido apresentada como um gesto de integração e compromisso coletivo, a medida gerou debates e dividiu opiniões na cidade.
Para alguns, a participação dos vereadores em ações executivas é uma demonstração de união e apoio às demandas da comunidade. Porém, críticos argumentam que essa “inovação” pode ser interpretada como uma forma de desviar a atenção das reais funções dos parlamentares, que são legislar, fiscalizar e representar os interesses da população.
Especialistas apontam que a gestão pública deve respeitar a separação de funções entre os Poderes Executivo e Legislativo. A prática de envolver vereadores em tarefas operacionais pode enfraquecer o papel fiscalizador e independente do Legislativo, além de passar a impressão de que o município carece de equipe técnica suficiente para atender as demandas básicas de infraestrutura.
Moradores também se mostram divididos. Enquanto alguns elogiam a “mão na massa” dos vereadores, outros enxergam a iniciativa como populista e teatral, voltada mais para gerar conteúdo de marketing do que para solucionar os problemas estruturais da cidade.
A operação tapa-buracos é, sem dúvida, necessária para melhorar as condições das vias públicas. No entanto, a estratégia de engajamento dos vereadores da base aliada levanta dúvidas sobre a prioridade dada ao trabalho técnico e à transparência na execução das políticas públicas.
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