O número de pacientes aguardando atendimento no Hospital Municipal de Porangatu (HMP) tem aumentado significativamente, uma situação que reflete um cenário nacional preocupante. Em entrevista ao site CB, o superintendente executivo do Instituto Alcance, Ronnie Cabral, destacou que o crescimento é notável não apenas localmente, mas em todo o país, devido a um surto de dengue e outras viroses típicas do período do ano.
Segundo Cabral, o HMP tem registrado um acréscimo de mil pacientes por mês em comparação ao fluxo habitual. “A grande procura por atendimento médico tem trazido consequências diretas para a recepção do hospital, onde pacientes esperam por mais tempo para serem atendidos,” disse ele.
A situação no HMP é um reflexo do desafio que o sistema de saúde nacional enfrenta com o aumento de casos de dengue, covid-19, dentre outros doenças respiratórias nesse ano.
O boletim InfoGripe, da Fiocruz, divulgado no dia (11/abril), mostra aumento da incidência do VSR (vírus sincicial respiratório), que afeta principalmente crianças, em todos as regiões do país. Segundo os dados do boletim, os casos de Srag (síndrome respiratória aguda grave) no país têm um sinal de leve crescimento nas tendências de longo prazo (últimas 6 semanas) e de curto prazo (últimas 3 semanas).
O VSR é o principal agente causador de bronquiolite em bebês, uma doença respiratória comum e altamente contagiosa cujos sintomas principais são tosse e falta de ar. Em geral, os casos são leves, mas podem resultar em internações hospitalares.
A ocorrência de Srag por VSR em crianças de até dois anos supera a incidência de Srag associada ao Covid nessa faixa etária. A incidência de Covid afeta principalmente crianças e idosos, porém, em relação à mortalidade, a população com mais de 65 anos é a principal impactada.
Segundo Marcelo Gomes, pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, “nas crianças de até dois anos de idade, os óbitos associados ao VSR superam aqueles associados à Covid nas últimas oito semanas epidemiológicas, refletindo o cenário da circulação viral do período”.
Ainda de acordo com a nota, 18 unidades federativas apresentam crescimento de Srag no longo prazo, são elas: Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Sergipe apresentam crescimento apenas em crianças pequenas, o que pode ser mascarado pela queda na população adulta.
Quer saber tudo
o que está acontecendo?
Receba todas as notícias do Portal de Notícias no seu WhatsApp.
Entre em nosso grupo e fique bem informado.