Na política, nada é mais arriscado do que acreditar que eleição se resolve antes da urna abrir. O presidente da Alego, Bruno Peixoto, parece flertar justamente com esse erro ao planejar sua ida para a Câmara Federal como se fosse uma simples troca de endereço, como se os votos já estivessem garantidos por decreto.
Nos bastidores, a versão oficial é de que a “estrutura” montada será suficiente para colocá-lo entre os mais votados de Goiás em 2026. Mas estrutura não é sinônimo de prestígio popular. Enquanto aliados vendem a narrativa da vitória antecipada, cresce o incômodo com a postura de “um pé na Alego e outro em Brasília”. Assessores reclamam, lideranças migram e a sensação de soberba começa a corroer o projeto.
E como se não bastasse, Peixoto ainda terá de enfrentar a concorrência com outros parlamentares disputando espaço no Norte do Estado. Prefeitos, mais pragmáticos, ainda estão em cima do muro, mas já se inclinam para o lado de José Nelto, que busca reeleição e vem costurando apoios firmes. Por enquanto, o presidente da Alego se sustenta em vereadores, ex-prefeitos e lideranças sem mandato — base frágil para quem sonha alto.
Só que política é terreno instável: quem acredita que não precisa pedir voto, perderá justamente o que acha que tem de sobra. O eleitor não gosta de político ausente, inacessível e convencido demais. História recente já mostrou: quanto maior o salto, mais feia a queda.